Nesta semana – de 14 a 20 de novembro – a MPB está recheada de aniversariantes especiais e nós da Novabrasil aproveitamos para fazer as nossas homenagens.

Almir Sater, Roberto de Carvalho e Max de Castro são alguns dos aniversariantes da MPB da semana | Foto: Divulgação/Montagem.

1 – Almir Sater – 14 de novembro

O cantor, compositor, violeiro e ator sul-mato-grossense nasceu em Campo Grande, em 14 de novembro de 1956, e completa 66 anos nesta semana!

Almir Sater é um dos ícones da música caipira no Brasil. Grande estudioso da viola, desde pequeno se dedicou ao instrumento, que aprendeu a tocar sozinho. Gravou seu primeiro álbum em 1981, e seu principal sucesso veio cerca de uma década depois com a canção Tocando em Frente, parceria com Renato Teixeira, interpretada por Maria Bethânia, em 1990, no disco em que comemorava 25 anos de carreira.

Com mais de 40 anos de carreira e 14 discos lançados, seu estilo caracteriza-se pelo experimentalismo. Agrega uma sonoridade tipicamente caipira da viola de 10 cordas, também com influências das culturas fronteiriças do seu estado, como a música paraguaia e andina, ao mesmo tempo refletindo traços populares e eruditos.

Almir também se destacou nas novelas, seja com suas composições ou atuando, como em O Rei do Gado, A História de Ana Raio e Zé Trovão e nas duas versões de Pantanal.

Com os discos AR e +AR, em parceria com Renato Teixeira, ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Regional ou de Raízes Brasileiras e de Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa, em 2016 e 2018, respectivamente.

Outros de seus sucessos na MPB são:

  • Um Violeiro Toca;
  • Boiada (essa e a faixa acima parcerias com Renato Teixeira);
  • Comitiva Esperança;
  • A Saudade é Uma Estrada Longa (essa e a acima parceria com Paulo Simões).

2 – Jane Duboc – 16 de novembro

Jane Duboc nasceu em Belém, no Pará, em 16 de novembro de 1950, e completa 72 anos nesta semana. Cantora, compositora e instrumentista, se destacou tanto na música quanto nos esportes durante a infância. Começou a se firmar no mercado musical nos anos 1970, tendo feito trabalhos ao lado de nomes como Raul Seixas, Erlon Chaves e Egberto Gismonti.

Em 1981, lançou seu primeiro álbum solo: Languidez, com destaque para canções como Cachoeira (de Oswaldo Montenegro), Manoel, o Audaz (de Toninho Horta e Fernando Brant), Para-raio (de Djavan) e Meu Homem (de sua autoria). 

Alcançou sucesso no fim dos anos 80 com temas românticos, como Chama da Paixão (de Cido Bianchi e Thomas Roth), Minas em Mim (dela em parceria dela com Luca) Sonhos (de Lincoln Olivetti, Robson Jorge e Mauro Motta) e Besame (de Flávio Venturini e Murilo Antunes), construindo uma sólida carreira, tanto no mercado nacional quanto internacional. Lançou mais de 20 discos solo, mas participou de mais de 100 álbuns ao longo de sua carreira.

Jane foi campeã paraense de voleibol e ganhou medalhas em diversos outros esportes. Por conta de seu talento desportivo, aos 17 anos, ganhou uma bolsa de estudos e foi para os Estados Unidos, onde morou por seis anos. Lá, estudou música e atuou como cantora, instrumentista e professora.

Na Faculdade de Música da Universidade da Geórgia, estudou orquestração, canto lírico, flauta e arte dramática, onde também chegou a lecionar História da Música. Em 1969, Jane casou-se com o músico Jay Anthony Vaquer, com quem teve seu filho Jay Vaquer.

Ela aparece na posição 73 da lista As 100 Maiores Vozes da Música Brasileira pela revista Rolling Stone Brasil, em 2012. Em 2006, seu álbum, Uma Voz… Uma Paixão, foi indicado ao Grammy Latino como Melhor Álbum de MPB. Também interpretou muitas canções em trilhas de novelas, jingles publicitários e participou de festivais de MPB.

3 – Roberto de Carvalho – 16 de novembro

O multi-instrumentista e compositor carioca, Roberto de Carvalho, nasceu em 16 de novembro de 1952 e completa 70 anos nesta semana. Filho de uma pianista, teve envolvimento precoce com a música: cursou o Conservatório Brasileiro de Música e tornou-se pianista de formação clássica. Ficou apaixonado pela Bossa Nova, mas isso não o impediu de encantar-se com o estilo rock dos Rolling Stones e The Beatles.

Roberto de Carvalho trabalhou com nomes como Jorge Mautner e Arnaldo Antunes, mas foi em meados do ano de 1975 que se tornou guitarrista de Ney Matogrosso. Na época, Ney estava gravando seu novo álbum de estúdio, Bandido, que continha a canção Bandido Corazón, de autoria de Rita Lee. Ao ouvir a faixa, a roqueira se surpreendeu com o som da guitarra e teclado de Roberto e – quando os dois se conheceram – se apaixonaram perdidamente.

Na época, Rita tocava acompanhada da banda Tutti Frutti, e Roberto entrou no conjunto como tecladista, em 1976, tornando-se – a partir daí – parceiro de Rita Lee na música e na vida. Os dois estão juntos até os dias de hoje, são pais de Beto, João e Antônio Lee e têm dois netos.

Roberto, além de marido, músico e parceiro de composição, passa também a ser maestro e produtor de trabalhos de Rita. A partir de 1979, já sem a Tutti Frutti, Rita passa para uma fase mais pop de sua carreira, ao lado e com influências de Roberto. Algumas composições de sucesso dos dois em parceria, nesta época, são:

  • Mania de Você;
  • Papai Me Empresta o Carro;
  • Chega Mais;
  • Lança Perfume;
  • Bem-me-Quer;
  • Caso Sério;
  • Só de Você;
  • Nem Luxo, Nem Lixo;
  • Saúde;
  • Mutante;
  • Banho de Espuma;
  • e Alô, Alô, Marciano.

De 1982 a 1990, Rita chega a lançar cinco discos em que assina Rita Lee & Roberto de Carvalho, trazendo mais sucessos dos dois, como:

  • Flagra;
  • Cor de Rosa Choque;
  • Desculpe o Auê;
  • Vírus do Amor;
  • Vítima;
  • Bwana;
  • e Pega Rapaz.

Entre 1991 e 1995, Rita e Roberto dão um tempo em sua parceria profissional, após uma década de sucessos juntos e, em 1992, ele lança o seu único álbum solo. Em 1996, os dois se casam no civil, após 20 anos de união e voltam a trabalhar juntos.

Outras composições importantes de Rita Lee e Roberto de Carvalho são:

  • Reza;
  • Amor e Sexo (junto com Arnaldo Jabor);
  • Perigosa (junto com Nelson Motta).

4- Max de Castro – 17 de novembro

O cantor, compositor, multi-instrumentista, produtor e arranjador carioca, Max de Castro, nasceu em 17 de novembro de 1972 e completa 50 anos nesta semana!

Segundo filho de um dos maiores nomes da nossa música de todos os tempos – Wilson Simonal – e irmão do também artista Simoninha, Max cresceu em um celeiro musical.

Com quatro discos solo de carreira, sendo o primeiro lançado em 1999 – Samba Raro, produzido, arranjado, tocado e composto por ele – com o qual  recebeu o prêmio APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte – como Revelação em 2000. O álbum foi elogiado por Ed Motta – que o classificou como trabalho de “gênio” – e Nelson Motta, que  disse que é um dos melhores discos já lançados.

Max de Castro já produziu faixas nos discos de Roberto Frejat, Paula Lima, Kid Abelha e Tom Zé, além de remixes para Ed Motta e Fernanda Porto. Seu trabalho também teve boa repercussão internacional, principalmente nos Estados Unidos e Europa, onde passou a tocar regularmente. 

Em 2002, após lançar seu segundo disco, Orchestra Klaxon, Max de Castro apareceu na capa da revista americana Time ao lado de Shakira e outros, numa reportagem especial sobre as novidades da música global. Foi eleito pela APCA como o artista do ano de 2005, após o lançamento de seu terceiro álbum, Max De Castro

Seu último álbum, Balanço das Horas, lançado em 2006, esteve novamente em várias listas como um dos melhores lançamentos daquele ano. Max de Castro mescla em seu trabalho pop, samba, hip hop, jazz, post-rock, dub, soul music, funk, batidas eletrônicas, efeitos e distorções. 

Em 2008, produziu o disco de seu irmão Wilson Simoninha, Melhor, e dedicou-se também à direção e concepção de shows e tributos especiais, como o Baile do Simonal, em homenagem a seu pai, e Os Filhos dos Caras. Alguns de seus maiores sucessos da MPB são:

  • Samba Raro;
  • Onda Diferente (essa e a anterior são parcerias com Bernardo Vilhena);
  • A História Da Morena Nua Que Abalou As Estruturas Do Esplendor Do Carnaval (em parceria com Erasmo Carlos);
  • e Sonho de Verão (parceria com Nelson Motta).

4 – Bruno Gouveia – 18 de novembro

O cantor e compositor Bruno Gouveia nasceu em Ituiutaba, Minas Gerais, em 18 de novembro de 1966, e completa 56 anos nesta semana.

Bruno é, desde 1985, vocalista da banda de rock Biquíni Cavadão, que – em 2022 – passou a chamar-se apenas Biquíni. Formada no Rio de Janeiro, por Bruno, Miguel Flores (teclados), Álvaro Birita (bateria) e Carlos Coelho (guitarra), a banda tem – atualmente – como músicos convidados Marcelo Magal (baixo) e Walmer Carvalho (saxofone).

Biquini Cavadão lançou seu primeiro álbum,  Cidades em Torrente, em 1986, que já conta com os sucessos: Tédio, No Mundo da Lua, Timidez e Inseguro de Vida. Ao todo são quase 20 discos de carreira, e outros grandes sucessos como da MPB:

  • Vento Ventania;
  • Múmia;
  • Janaína;
  • Quanto Tempo Demora Um Mês;
  • Zé Ninguém;
  • e Quando Eu Te Encontrar.

5 – Guarabyra – 20 de novembro

O músico, cantor, compositor, escritor e poeta brasileiro Guttemberg Guarabyra nasceu na Barra, na Bahia, em 20 de novembro de 1947 e completa 75 anos nesta semana.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1966 e, lá, iniciou sua carreira artística, ao lado de Luiz Carlos Sá e Sidney Miller, no espetáculo de inauguração do Teatro Casa Grande. No final de 1967, participou do II Festival Internacional da Canção, vencendo a fase nacional com a canção Margarida, inspirada em uma cantiga de roda e interpretada por ele próprio, acompanhado pelo Grupo Manifesto.

Em 1971, formou, com Luiz Carlos Sá e Zé Rodrix, o trio Sá, Rodrix & Guarabyra, com o qual gravou os LPs Passado, Presente e Futuro (de 1971) e Terra (1972). O trio se notabilizou pela criação do chamado rock rural, em que se mesclavam diversas influências regionais, flertando com gêneros como rock, folk e sertanejo.

A partir de 1973, com o desligamento de Zé Rodrix do trio, passou a atuar em dupla com Luiz Carlos Sá, com o nome de Sá & Guarabyra, com quem lançou mais de 15 álbuns.

Depois de 26 anos, com a volta de Zé Rodrix, a dupla se tornou novamente um trio cuja reestreia aconteceu no Rock in Rio III, em 2001. O trio lançou ainda o CD e DVD Outra vez na Estrada – Ao vivo. E, em 2009, pouco antes do falecimento de Zé Rodrix, o trio lançaram juntos o seu último trabalho, Amanhã.

Entre os maiores sucessos de Guarabyra como compositor, estão as canções da MPB:

  • Mestre Jonas;
  • Outra Vez Na Estrada (essa e a faixa acima em parceria com Luiz Carlos Sá e Zé Rodrix);
  • Casaco Marrom (com Renato Corrêa e Danilo Caymmi);
  • Sobradinho;
  • Roque Santeiro;
  • Verdades e Mentiras;
  • Dona (essa e a anterior com Luiz Carlos Sá);
  • e Espanhola (com Flávio Venturini).

Ao longo da carreira, Guarabyra também lançou dois discos solo: um em 1969 e outro em 2007.

Viva os aniversariantes da MPB da semana!